As vacas por muito tempo foram a categoria menos priorizada quando o assunto era suplementação dentro das fazendas, principalmente por permanecerem por maior tempo na propriedade e por demorar para devolver ao produtor os resultados financeiros, seja através do bezerro ou da sua venda como animal descarte. Quantas vezes nos deparamos com as fêmeas alocadas nos piores pastos da propriedade? Esse cenário, apesar de corriqueiro, não deve ser replicado e hoje diversos estudos buscam compartilhar a importância do manejo nutricional e o seu impacto nos resultados produtivos das vacas.
A vaca que emprenha no primeiro mês da estação de monta (geralmente outubro), ao chegar em fevereiro irá ter, aproximadamente, um período gestacional de quatro meses, e também um bezerro ao pé de quatro meses de idade. Nessa fase, a vaca necessitará de um maior aporte de energia e ingestão de matéria seca, visto que ela precisa de energia para a manutenção das funções vitais, para a amamentação e para o feto que passa pela fase de formação das primeiras células musculares, fase importante, que segundo Du et al. (2010) se houver restrição alimentar poderá afetar na formação e no número de fibras musculares do feto, comprometendo o seu desenvolvimento e ganho de peso no futuro.
Vale lembrar, que no mês de fevereiro em diante, é o período em que alguns pastos do Brasil central começam a mobilizar os nutrientes para a semente, e o teor de proteína na folha começa a diminuir. Em gramíneas forrageiras a relação folha:colmo diminui quando surgem as inflorescências retardando o aparecimento de folhas (Santos, 2001).
Outro período de grande importância é o pré e pós-parto, onde a limitação de proteína na dieta das matrizes influencia na redução da taxa de prenhez, além de impactar o retorno das funções cíclicas das fêmeas (Rocha et al., 2011).
Pires et al. (2011) afirmam que a baixa eficiência reprodutiva, as baixas taxas de crescimento e alta mortalidade estão associados, em muitos casos, com a baixa qualidade e produtividade das pastagens. E quanto a limitação das taxas de crescimento, sabemos que quanto mais tardio um animal, maior sua contribuição para o aumento nos custos de produção, diminuindo a margem para o produtor. Sendo assim, conhecer as exigências das vacas e o ciclo de crescimento dos capins, torna-se essencial para a suplementação estratégica dessa categoria, contribuindo para que expresse o seu máximo potencial genético.
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Du, M., Tong, J., Zhao, J., Underwood, K.R., Zhu, M., Ford, S.P. & Nathanielsz, P.W. 2010. Fetal programming of skeletal muscle development in ruminant animals. Journal Animal Science. 88, 51-60.
Pires, A.V., Biehl, M.V., Susin, I., Cruppe, L.H., Nepomuceno, D.D., Rocha, F.M. & Ferreira, E.M. 2011. Interrelações entre nutrição e reprodução: fatores que potencializam o desempenho reprodutivo. In: Anais do I SIMBOV MT-Simpósio Mato-grossense de Bovinocultura de Corte, Cuiabá, cap.10, p.263-292.
Rocha, F. M. et al. Impactos da nutrição sobre a reprodução de vacas de corte. In: DOS SANTOS, M. V. et al. Novos desafios da pesquisa em nutrição e produção animal. Ed. 2011. Pirassununga: Editora 5D, 2011. cap. 2, p. 27-47.
Santos, P.M. Controle do desenvolvimento das hastes no capim Tanzânia: um desafio. 2002. 98p. Tese (Doutorado) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba.